MMXXII.10 - MANIFESTO ANTI-PCP

 


basta pum basta!

uma geração de jovens portugueses que consente deixar-se representar por um partido de velhos caquéticos, agarrados a uma realidade alternativa – na qual o muro de berlim não caiu – é uma geração que nunca será.

uma geração de jovens que comenta nas redes sociais contra o “imperialismo dos eua”, contra a “instigação da violência pela nato” ou contra a “provocação da europa ao apoiar a ucrânia", é uma geração que já não o é.

uma geração de jovens europeus que dá voz a um partido que somou dois votos aos 11 que votaram contra a condenação da invasão da ucrânia pela rússia pelo parlamento europeu é uma geração que, se calhar, nunca verdadeiramente o foi. 

em 705 possíveis votantes – setecentos e cinco –, 13 euro-deputados votaram a favor de vladimir putin e da sua cleptocracia populista de extrema-direita, que legitima as atrocidades que têm sido infligidas aos ucranianos. 26 abstiveram-se, mas 13 votaram claramente contra.

e nesses 13 pró-vladimir-putin estão 2 euro-deputados portugueses: a sandra pereira e o joão pimenta lopes.


vergonha, sandra pereira! pum!

vergonha, joão pimenta lopes! pim!

dão mau nome aos portugueses, vocês. 

shame on you!


1,8% dos euro-deputados não condenaram a invasão russa da ucrânia. 1,8% acham que a narrativa política de um partido, assim como a sua coerência ante a recorrente incoerência da sua terra-mãe, é superior ao valor da vida humana. 


como antes e como agora, 

o pcp está do lado errado da história.


diria infelizmente, mas o pcp sempre foi assim. teimoso, de palas nos olhos, “em frente, camaradas!” – mesmo que o que esteja em frente seja uma parede de realidade. ou um muro. como o de berlim.

mas o muro de berlim caiu e o pcp não quis acreditar na mentira imperialista dos estados unidos – como quem não acredita que o homem foi à lua ou que a terra seja esférica – e agarrou-se ao discurso anti-imperialista.


só que os povos que aderiram à nato depois dessa queda

para mal da memória comunista

– a hungria, a polónia, a república checa, os países bálticos – 

não o fizeram por serem parte de um plano imperialista

do inimigo americano.


muito pelo contrário! estes países preferiram estar deste lado do mundo civilizado precisamente por temerem o imperialismo russo que, desde o século viii, avança contra eles – ora a mando dos czares, ora dos comunistas, ora agora dos populistas.


morra o discurso comunista anti-democrático, morra!

morra o discurso contra os eua, morra!

morra o discurso a favor de putin, morra!

morra o discurso contra a nato e a união europeia, morra!

basta, pum!


o partido comunista é maldoso.

não come criancinhas ao pequeno almoço, 

mas lava-lhes o cérebro, 

com propaganda contra o imperialismo de direita

quando defendem o imperialismo de esquerda – que é mais ou menos a mesma coisa mas de lados contrários. 


na sua música “odeio pessoas”, que conta com a participação de cláudia pascoal, gandim, às tantas, no meio de todas as tipologias de pessoas que diz que odeia, afirma que odeia “quem faz espuma nos cantos da boca” – e a imagem que surge é a de jerónimo de sousa, e logo de seguida um “swipe left” de rejeição. 


o pcp é velho!

o pcp faz espuma nos cantos da boca!

o pcp cheira mal da boca – das coisas que diz mal!

o pcp cheira mal das mãos – do sangue que limpa mal!


basta, pum, basta!

morra o pcp, morra! pim!


e morrerá, felizmente, 

por mim, não, 

por ti, também não, 

o partido morrerá pela sua própria mão. 


morrerá pela dissidência discreta e silenciosa que as suas recentes acções têm despoletado, motivada pela autofagia caquética da cúpula do partido, cego perante as evidências, surdo aos clamores de mudança das suas bases e à actualidade, onde a guerra é injustificável, as mortes são crimes de guerra russos, e a “mother russia” não é o sonho que comanda a vida comunista.


da não condenação do vil ataque à ucrânia pela rússia, passando pela não concordância com a recepção  do discurso de volodymyr zelensky pela assembleia da república, à mais recente birra de criança malcriada ao anunciar que não estaria presente no parlamento quando discursasse o legítimo presidente da ucrânia, o pcp tem dado paus para a estrutura do cadafalso da sua morte anunciada. 


que seja breve, a sua morte! que seja um sopro leve na memória saudosista dos velhos caquéticos que suspiram pela união soviética de tempos idos, e nada mais. 


que seja uma morte “suave à memória” – como diria ricardo reis a lídia à beira do rio 


nada mais do que uma suave lembrança dos que ficam.


morra o pcp, morra! pim!

 

(que me perdoe almada negreiros a ousadia, a quem roubei a forma deste artigo, mas de forma alguma a intenção de emular a sua eloquência ou sequer qualidade)

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